O papel do espírita na sociedade

Equilibrar o olhar para si e a ação pelo próximo é a chave para fazer o melhor que está ao nosso alcance

Brasília (22/4/18) – Isolar-se ou socializar-se? Qual o papel do espírita na sociedade? O palestrante Alberto Almeida abordou o assunto na manhã deste domingo (22/4) discorrendo sobre a dimensão social na qual a vida terrestre nos convida a atuar. Ele contou a história de um canal, construído em meio a um rio, que permitia aos navios uma navegação em rota segura e com maior velocidade. Mas que, afastando-se desse canal, não seguindo dentro de suas limitações, o navio perderia velocidade e enfrentaria sérios riscos de encalhar nos bancos de areia que o margeavam.

“Assim é o caminho dos espíritas”, compara Alberto. “Para andarmos bem, socialmente, precisamos navegar no meio, pelo canal, que representa, para nós, de acordo com as leis divinas”, asseverou.

Para o palestrante, isolar-se frente às oportunidades de ação que o mundo nos oferece, é uma atitude egoísta ou até covarde. Por outro lado, misturar-se na sociedade sem assumir uma identidade e as responsabilidades que dela decorrem, assemelhando-se a uma massa de manobra, também não condiz com o papel do espírita. “O equilíbrio entre esses dois caminhos é o grande desafio”, frisou o orador.

 

Equilíbrio

Segundo o médico paraense, o equilíbrio deve estar presente nas mais diferentes dimensões da nossa vida, enquanto encarnados. “Por exemplo, o corpo, como um instrumento de expressão do Espírito, não dura para sempre, por isso mesmo, não deve ser encarado como matéria a ser cultuada. Agora, também não podemos descuidar do nosso instrumento físico”, esclareceu.

Em relação à mente, ele continuou sua recomendação: “nada de vida de contemplação!”. Segundo Alberto, passar dias orando na casa espírita sem ativismo, não reflete o que o Espiritismo espera de nós. “Aja socialmente”, pede. Considerando sempre, claro, o discernimento nesse agir, “fazendo o bem tanto quanto possível, mas com lucidez e cuidado com o outro”.

A vida do espírita vai estar sempre permeada de dualidade. Em meio à convivência com o outro, sempre haverá a razão e a emoção, o corpo e a mente. “Por isso, aprender a conjugar essas dimensões é necessário para, assim, darmos conta da missão a que fomos chamados a desempenhar”, alertou.

E foi o que Jesus fez, segundo nos relatou o médico: “O Mestre não se iluminou afastando-se das pessoas de sua época. Ele se misturou ao povo, se fazendo presente entre crianças e doutores da lei, sempre disseminando sua ética, conectado à sua essência.”

Por fim, o palestrante fez questão de destacar a importância de agir de acordo com a orientação de O Espírito da Verdade, a de nos amarmos e nos instruirmos.