CORPO DOENTE E ESPÍRITO SAUDÁVEL. É POSSÍVEL?

Mais uma reflexão importante aconteceu no segundo dia do Congresso Espírita do DF, e quem conduziu esse processo foram os palestrantes espíritas Ana Tereza Camasmie e Alejandro Vera
Neste momento em que estamos vivendo uma pandemia, é natural que nos perguntemos como manter o equilíbrio. Na noite deste sábado (17/4), durante o segundo dia do Congresso Espírita do Distrito Federal, fomos chamados a refletir sobre saúde na sua totalidade, olhando para o corpo físico e também para o espírito. “Corpo doente e espírito saudável. É possível?” foi o tema da conversa conduzida pelos palestrantes espíritas e especialistas da área da saúde, Ana Tereza Camasmie e Alejandro Vera.



Quem abriu a programação foi o vice-presidente administrativo da Federação Espírita do Distrito Federal (FEDF), Luciano Queiroz, lembrando que Jesus sempre está presente quando um ou mais estão reunidos em oração e desejando que as palavras compartilhadas pelos palestrantes convidados trouxessem conforto ao coração de todos. A moderação da palestra foi feita por Paulo Maia, presidente da federação, e Rivea Maia, diretora de atendimento espiritual da instituição.
VOLTANDO PARA CASA
Ana Tereza Casmamie iniciou sua apresentação ressaltando o desafio de falar sobre saúde na perspectiva da doutrina espírita. “O corpo é algo muito sagrado. Ele nos auxilia a lidar com tantas emoções ao longo do tempo, um tempo que nós sabemos ter começo, meio e fim, mas que não sabemos quando. O fato de sermos seres imortais e vivermos como mortais. Esse desafiante equilíbrio é uma questão para a qual precisamos olhar e nos dedicar sempre”. Ela chama a atenção para a tarefa diária de se conciliar “tanta impermanência com o que deve perdurar”, lembrando que todos têm uma missão espiritual e um caminho a percorrer.

Para Ana Tereza, “na maior parte das vezes, vivemos esquecidos afetivamente disso, porque a materialidade é algo sedutor”. E faz um link direto desse contexto com a reencarnação: “Reencarnar não é uma tarefa tão simples para nós. Temos medo de falhar novamente. Será que estamos vivendo o que realmente viemos viver?”. Esse é um questionamento que, segundo ela, pode nos auxiliar a identificar processos de adoecimento, os quais geralmente acontecem quando nos afastamos da nossa essência, em consequência de inúmeros fatores, inclusive pelo desejo de se ter atenção e reconhecimento de outras pessoas. “Como espíritos, nós também temos uma casa. É essa conexão com Deus que temos dentro de nós. E quanto mais nos afastamos de nós, mais tendemos a adoecer”, comentou.
E o caminho para a cura, ela destaca, está no autoconhecimento e na humildade. “Nós estamos vivendo um momento de grandes mudanças e precisamos nos questionar: o que querem nos dizer esses sinais do corpo? Reconhecer-se doente e necessitado de cura é reconhecer o quanto distante eu estou. É preciso me afastar da multidão e então encontrar Jesus, fazer o caminho de volta para casa”.
DANDO LUZ ÀS NOSSAS SOMBRAS
Na sequência, Alejandro Vera também comentou sobre a importância do autoconhecimento para a identificação da dor e também da cura. “Aquele que se permite caminhar no autoconhecimento tem o contato com as suas sombras e, ao mesmo tempo, é um ser conhecedor das suas potencialidades, podendo assim dar luz às suas sombras”, disse. Para ele, o homem tem passado por um processo de adoecimento tanto mental quanto do corpo físico, e que pode refletir experiências de hoje e também de outras vidas.

“O homem tem adoecido pelos seus excessos. Excessos no mundo do trabalho, na alimentação, porque nos esquecemos de buscar um equilíbrio”, ressalta Vera. Para ele, a dor surge para mostrar o quanto nos afastamos das necessidades do nosso espírito. “O objetivo da dor é nos fazer despertar para as realidades íntimas do espírito, para percebermos o que tem nos desviado do nosso caminho. Ela aparece muitas vezes no ser físico, para nos mostrar que a cura real está dentro de nós, no ser espiritual”, comenta.

Alejandro Vera também nos convida a olhar para a dor com olhos de humildade: “Se a dor, a doença bate na sua porta nesse momento, que você possa aprender o que ela vem te trazer. E entendendo sempre que nós nunca estamos sozinhos. Eles estão sempre conosco. E existe Ele, que é o nosso grande mestre Jesus e que nos carrega no colo quando já não conseguimos andar”. Ele fecha sua apresentação falando, assim como Ana Tereza Camasmie, para estarmos sempre conectados com nós mesmos. "Precisamos ampliar a nossa visão, estar no mundo e aproveitar o que ele tem a nos oferecer. Mas fazer isso sem mergulhar num processo de massificação, nos afastando de quem somos",



*Mais informações sobre os palestrantes
Ana Tereza Camasmie – palestrante espírita, coordenadora geral de Treinamentos do Centro Espírita Tarefeiros do Bem, no RJ, e autora do livro Palavras para a Alma

 

Alejandro Vera – palestrante espírita, com ampla experiência em saúde pública, presidente da AME/Osasco e do Grupo Assistencial Espírita Ismael, também em Osasco (SP)

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Texto: Gabriela Prado